O Que É Gasto Essencial x Supérfluo? Como Identificar e Cortar

📌 Introdução
Você já se pegou dizendo “meu salário simplesmente desaparece”? Essa sensação, comum entre muitos brasileiros, geralmente tem uma causa: falta de clareza sobre para onde o dinheiro está indo. E a chave para resolver isso pode estar em algo simples, porém poderoso: distinguir entre gastos essenciais e supérfluos.
Saber essa diferença não só ajuda no controle financeiro, como permite que você faça escolhas mais conscientes, priorize o que realmente importa e evite endividamentos desnecessários. Neste artigo, vamos explorar como identificar esses dois tipos de gastos, com exemplos práticos, além de oferecer estratégias reais para cortar o excesso sem sofrer.
💡 O Que São Gastos Essenciais?
Gastos essenciais são aqueles que mantêm sua vida funcional, segura e estável. Eles garantem sua sobrevivência e bem-estar básico. Em geral, esses gastos são fixos ou recorrentes, e devem ser priorizados no orçamento mensal.
Exemplos de gastos essenciais:
- Moradia (aluguel, condomínio, financiamento)
- Alimentação básica
- Contas de serviços (água, luz, gás)
- Transporte (para o trabalho ou compromissos obrigatórios)
- Saúde (medicamentos, plano de saúde, consultas)
- Educação obrigatória (escola dos filhos, mensalidade de faculdade)
Em suma, os gastos essenciais é aquele tipo de gasto que não há como evitar, precisamos pagar e eles devem ser priorizados no fluxo de pagamentos do seu orçamento. O que você pode tentar fazer é negociar o valor da conta ou com cada parte interessada ou de fato trocar pelo mais barato. Exemplo: negociar o valor do aluguel com o locador; buscar um plano de saúde mais barato que atenda tanto quanto o plano atual. Existe diversas possibilidades que pode fazer com que você diminua os seus gastos essenciais e consequentemente diminuindo seu custo de vida.
🎈 O Que São Gastos Supérfluos?

Já os gastos supérfluos são aqueles que não são essenciais para a sua sobrevivência ou segurança, mas que agregam conforto, lazer ou status. Eles não são vilões — desde que estejam dentro do seu controle e caibam no seu orçamento.
Exemplos de gastos supérfluos:
- Pedidos frequentes de delivery
- Assinaturas de streaming que você não usa
- Compras por impulso (roupas, eletrônicos, cosméticos)
- Idas excessivas a restaurantes ou cafeterias
- Troca constante de celular ou carro por status
- Gastos com itens de moda ou tendências
Por que normalmente esses gastos são os vilões dos orçamentos? Porque normalmente as pessoas não colocam um teto para esse tipo de gasto, pior ainda é quando se estoura o orçamento de um mês, e de meses que estão vindo ainda. Reflita no número de horas que irá ser necessário gastar ganhar um salário que já está comprometido? Isso é extremamente desanimador.
⚠️ O problema não é consumir, e sim consumir sem consciência ou planejamento.
🧠 Por Que É Difícil Cortar o Supérfluo?

Muitos dos nossos hábitos de consumo são guiados por emoções, gatilhos mentais e conveniência. Comprar pode ser uma forma de aliviar o estresse, buscar aprovação social ou simplesmente repetir o que vemos nas redes sociais.
Além disso, com a facilidade do cartão de crédito e do PIX, muitas pessoas não sentem o impacto imediato do gasto — e isso dificulta a percepção do excesso. A causa raíz do problema não é aquela pizza ou o café que você compra uma vez ou outra e sim o percentual do salário que você compromete com esse tipo de gasto.
Usando o cartão de crédito como exemplo, de acordo com artigo do blog Agência Brasil publicado em dezembro de 2024, os gastos com cartão de crédito representa um dos principais problemas para aproximadamente 83% das famílias com débitos a vencer. Isso que não estamos falando das famílias que não estão conseguindo pagar o cartão, acarretando em juros altíssimos e consumindo uma parte relevante da sua renda.
📝 Como Identificar e Cortar Gastos Supérfluos
1. Rastreie seus gastos por 30 dias
Use um app de finanças ou anote manualmente tudo que você gastar durante um mês. Comece simples, se não tem entendimento de um app ou planilhas, anote em um caderno também. A ideia é criar o hábito, pois o simples bem feito funciona muito bem.
2. Classifique suas despesas
Após o rastreamento, separe os itens entre:
- Essenciais: Não podem ser cortados.
- Supérfluos ajustáveis: Podem ser reduzidos (ex: delivery 4x por semana → 1x).
- Supérfluos elimináveis: Você nem sente falta se cortar (ex: assinatura de app que você nem lembra).
Com esses dados em mãos te dará um norte do quanto da sua renda está sendo direcionado para categoria cada categoria.
3. Defina prioridades
Qual é seu objetivo hoje? Sair das dívidas? Montar uma reserva? Investir? Ter um objetivo claro ajuda a dar sentido aos cortes. Se não tem um objetivo, defina-o.
4. Substitua, não apenas corte
Gastar menos não precisa ser sinônimo de viver mal:
- Leve marmita em vez de almoçar fora.
- Troque academia cara por treinos ao ar livre.
- Faça um dia de lazer gratuito em vez de shopping.
A substituição inteligente o fará economizar muito, pois você estará trocando um produto ou serviço mais caro por um outro que atenda tanto quanto ele. Não é cortando todos os gastos que o fará melhorar financeiramente, até porque os gastos supérfluos nos proporciona prazer e felicidade. Cortar todos esses gastos o fará sentir mal, e em um momento ou outro você irá acabar voltando a gastar novamente.
5. Evite compras por impulso
Estabeleça a regra dos 2 dias: viu algo que quer comprar? Espere 48h antes de decidir. A maioria das vontades passa. As compras por impulso é uma das maiores vilões dos orçamentos também, pois a pessoa gasta sem perceber, a todo momento ela acha que está perdendo alguma promoção, alguma oportunidade que nunca mais irá aparecer. No entanto, esse sentimento é gerado pelos gatilhos mentais que as indústrias nos prega.
Os gatilhos mentais são ferramentas que as empresas usam para vender mais, e existe diversos tipos de gatilhos. Em suma, esses gatilhos influenciam o indivíduo a adquirir um produto ou serviço de forma rápida. Entendê-los é fundamental para não agir no piloto automático e economizar muita grana.
Leia mais sobre gatilhos no nosso artigo Gatilhos Mentais que Fazem Você Gastar Mais.
💸 A Importância de Rever Seu Estilo de Vida
A cultura do “ter sempre mais” leva muitas pessoas a gastarem acima do que ganham. Ter consciência sobre o que é essencial e o que é supérfluo permite uma vida mais leve, sem dívidas e com escolhas verdadeiramente alinhadas ao que importa para você.
Existe uma frase que é bastante falada hoje, que é: “Eu posso morrer amanhã, por isso eu gasto”, bom isso é verdade, no entanto, a probabilidade de um indivíduo estar vivo amanhã é muito alta. Vivemos em uma sociedade altamente consumista, que prioriza apenas o ter.
Defina percentuais de gastos com gastos supérfluos, e siga o planejado. Existe um método muito eficaz para organizar as finanças, que é o método 50-30-20, onde é aconselhável manter 50% da renda total em gastos essenciais, 30% em supérfluos, e 20% destinado a poupança. Os percentuais não são uma regra, use-os como base faça a adequação para a sua realidade.
Se atente a esses mecanismo, fuja imediatamente da manada, busque sua liberdade financeira, elimine ou diminua os prazeres imediatos para os prazeres a longo prazo, eles são recompensadores. Adotando essa mentalidade o fará estar a frente de muitos.
✅ Conclusão
Distinguir entre gasto essencial e gasto supérfluo é um dos primeiros passos para uma vida financeira mais saudável. Mais do que cortar por cortar, trata-se de gastar com propósito, evitar excessos desnecessários e abrir espaço no orçamento para o que realmente importa: seus sonhos, sua liberdade e sua tranquilidade.
Opte gastar com coisas que contribuirão para o seu eu do futuro, pense que o sacrifício que está fazendo hoje irá fazer sentido amanhã. Nós pregamos falsas necessidades, achamos que não conseguimos ficar sem isso ou aquilo, quando na verdade não passam de luxos desnecessários. Viva sempre um degrau abaixo, não inflacione (aumente) seu custo de vida, faça aportes todos os meses, e no longo prazo será muito recompensado.
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